8 de outubro de 2021

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por: mokayama

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E seguem as tardes vazias rockers na Vila Mariana… (Graças a Deus!!!)

E seguem as tardes vazias rockers na Vila Mariana… (Graças a Deus!!!)

Uma das maiores perdas que tivemos, nesta pandemia foi de um de nossos maiores ícones…. O eterno Tarcísio Meira….
Nunca esqueço uma de suas declarações, onde comparou o movimento que ocorre em, Sampa, onde nada é estático…fachadas que mudam, casas que deixam de existir, cedendo suas vidas para prédios, comércios que mudam, etc, etc. e tal…. Um dinamismo ímpar, que vicia e determina nossa ótica e modus operandus como paulistas da gema….
Desde a maneira com que andamos, trabalhamos, amamos, sorrimos e choramos…. Uma ótica muito peculiar, dentro desta massa urbana… nossa amada Blade Runner Tropical, como diria o saudoso Mitar Subotic, produtor sérvio que ajudou a redefinir a estética e bases da música brasileira nos anos 90(num outro post falo mais dele…e de sua importância na minha música)
Apesar desta aparente vibração impessoal, sampa acaba sendo uma “grande roça”, valeu Lívia Lee pela definição….
Alguns meandros, maneirismos, acabam por caracterizar certas regiões de sampa…
Para muita esta questão de província é séria…noves fora o conceito do que é Vila Mariana, pode ser considerado como uma grande extensão que vai do fim do Jabaquara, chegando ao Paraíso e engolindo: Praça da arvore, Mirandópolis e até mesmo a própria Vila Mariana.
Uma amalgama de distritos que englobam uma fauna urbana muito peculiar.
A realidade de entendimento de um determinado lugar e seu movimento social como um todo, depende das famosas “tardes vazias ” e algumas horas de safari urbano; o dito ócio criativo, cada vez mais valioso e raro, além de lida com o momento pandêmico que nos trancafiou.
Vagar pelas ruas com olhar atento…atento a nossa alma, esvaziar a mente, olhar os detalhes, aguçar os sentidos em direção a subjetividade.
Isto dispara e gatilha pedaços nossos adormecidos e anestesiados pela correria da vida, o choque do futuro que nos atropelou sem aviso prévio….
Subir a Rua Luís Gois, passando pela esquina que Edgar Scandurra se inspirou para compor tardes vazias carregando, mas costas um amplificador Mikassim (quem lembra deste ícone…? kkk).
O teatro Nydia Lice, na Domingos de Moraes, que foi parte do meu batismo de fogo em palcos…
Memórias que vou tirando da alma, que soma uma profundidade única com o agora…. Agora de abrir a geladeira, olhar as garrafas, sem vazias, contar o número de ovos e embalagens de sobras…
O presente que constitui nossa efêmera passagem pela planetinha azul…
Rock on!
Oka