1 de março de 2022

|

por: mokayama

|

Categorias: matérias

Vazio

O vazio…

Num momento de crise, que parece se estender por todas as camadas de nosso existir (parece que não existe ninguém que nos últimos anos, tenha pegado um b.ozinho a mais da conta.), se apela e reza para tudo quanto é santo e credo; até mesmo os pilotos de corrida e caça os que são ateus, assumem que se lembram da possibilidade da existência de Deus na hora que o freio falha ou um míssil inimigo esta no seu rabo…

É uma verdade inexorável, que nas crises se encontram as grandes oportunidades… fato, o mesmo ideograma vale para ambas no I Ching; mesmo sendo um moto usado e abusado por auto ajuda barata e pretensiosa, contem muita verdade.
O fato é que surfar no ir e vir das ondas da impermanéncia é onde reside a beleza e poesia de nossa efêmera passagem pelo planetinha azul de Deus….
Saber olhar a luz que emanna no quarto de um hospital onde um ente querido agoniza e ver poesia e esperança mesmo numa situação caótica e surreal, se faz necessário e mostra que devemos buscar sempre esperança e poesia em qualquer situação.
Motores principais da vida
Vide como Akira Kurosawa mostrava leveza, poesia, humor e esperança em filmes como Ralé que mostrava a miséria do Japão período Edo, uma releitura de Maximo Gorki prova que o drama, humor e romance estão acima da adversidade.
Vejamos os compositores de musica erudita contemporânea transformam ruído e pura dissonância em poesia e inspiração
O conceito do belo, feio, certo, errado, faz parte do jogo de luz e sombras que movem o espírito humano.
Uma tensão ciaro e escuro das pulsões de vida e morte.
Não devemos subjugar as crises, assim como os lutos e perdas de vida devem ser vivenciadas e apreendidas
Pois através destes, temos o benefício da duvida e do amanhã que justifica nossa existência, onde nos entregamos ao vazio que nos gerou e nos em sua direção…
Tudo se esvai… neste ir e vir, o mais importante talvez se resuma na fragrância de perfume que nos leva a algum momento mágico, os cartazes antigos de filmes japoneses que nos levem a passeios pela nossa infância, o jogo de corda de calibre que não usamos mais e esta jogado na gaveta e o resto de coca cola zero que ficou na garrafa no fundo da geladeira, tão distante quanto o isqueiro sem gás no fundo da bolsa…

Namaste
Como diria Dee Dee Ramone…. 1,2,3,4!!!!!!!

Marcio Okayama