A meia idade e a modernidade….

A relação do ser humano com o passar do tempo tem entrado num território sutil e extremamente maleável…

Parece que o sentir do fluxo do tempo está diretamente indexado ao nosso processo interno…. A famosa guerra e paz eterna que caracteriza a existência humana.

Ao levar algumas das minhasTelecasters de guerra para os ajustes dos novos capítulos da batalha que se mostram no horizonte no @edmarluighi_luthier tomamos um café rapidamente

O Ed é um de meus melhores amigos, um guitar tech fora de série, profissional único…

Fazíamos conjecturas sobre a contemporaneidade, a mudança de padrões gerais do convívio humano…

Somada a visão do momento pessoal que ambos vivemos, o interregno da meia idade, surge um cenário de vida no mínimo desafiador e paradoxalmente interessante.

A morte acaba sendo um denominador comum que determina um limite para tudo, até estas crises pessoais, ironicamente, dá uma certa leveza ao peso destes tempos complexos.

De cara, pensamos sobre a ida de nossos pais (o meu o cirurgião intensivista mais rocker que conheci e o dele um fodastico veterano da FEB)

E como esta “orfandade” tardia nos traz uma puta ausência e uma certa de falta de juízo de valores em relação a complexidade destes tempos.

A ida de heróis como Eddie Van Halen, Jeff Beck e estes dias do Burt Bacharach traz um sentimento agridoce, uma baita ironia em se sentir leve por ter vivido, vivenciado (músicos que exploram os licks, músicas de seus heróis e os incorporam na própria arte, possuem com estes mesmos, uma relação maior que a de sangue…) seus tempos…

Um inexplicável fechar de ciclos, similar ao último capítulo de Sonhos o Akira Kurosawa, onde o enterro de uma anciã é uma festa em comemoração ao fechar de ciclos plenos

Uma pena que a contemporaneidade censure de vivenciarmos as dores, amores, perdas, ganhos, enfim o fluir da vida e seu aprendizado…

Fica restrito a fugazes cafés com amigos

Segue o baile…

Oka

#crisedamodernidade #interregno #burt bacharach #evh #jeff beck